Permacultura | Permaculture
  • O controverso terceiro princípio ético da permacultura

    Publicado em 15/04/2017 às 17:49

    A permacultura tem três princípios éticos e vários princípios de planejamento, que pelo cocriador da permacultura, David Holmgrenseriam em 12 e que nos ensinam o que deve ser percebido e estimulado ao se planejar um ambiente humano visando sua permanência, durabilidade.

    Os princípios éticos da permacultura seriam  1. Cuidar da terra, 2. Cuidar das pessoas, e 3. Compartilhar excedentes (inclusive conhecimentos), sendo esse último também chamado de Partilha justa e/ou Limites ao crescimento e ao consumo ou ainda Cuidar do Futuro [4] ou ainda apenas Paridade OU …???

    Essas 3 éticas em alguns momentos já foram considerados em quantidade de quatro, justamente pelas polêmicas relacionadas ao terceiro princípio ético (quando me foi ensinado em meu PDC foi como: (3a) Compartilhar Excedentes e (4a) Limites ao consumo).

    Então aqui traduzimos dois artigos que tratam justamente dessa polêmica terceira ética da permacultura e assim criamos uma oportunidade de nos aprofundarmos no conhecimento da ética permacultural: o primeiro escrito por Tobias Long em 2017, e o segundo escrito por Heather Jo Flores em 2018.


    Texto 1:

    O controverso terceiro princípio ético da permacultura

    por Tobias Long, tradução de Marcelo Venturi – Neperma, do artigo original postado em 6 de abril de 2017 pela World Wide Permaculture.

    O coração da permacultura é enraizado na adesão na filosofia das suas três éticas. As duas primeiras, Cuidar da Terra e Cuidar das Pessoas, têm sido amplamente aceitas pela comunidade pelo que são – simples e lógicos. A terceira ética, no entanto, tem sido objeto de debates[1] entre os praticantes de permacultura por muitos anos.

    De fato, a discussão em curso sobre as várias interpretações desta terceira ética pode oferecer alguma explicação sobre por que a filosofia da permacultura não se tornou um conceito mais popular – apesar de ter sido abraçada por comunidades e profissionais em todo o mundo.

    Limites e equidade

    Inicialmente, a terceira ética foi introduzida como “Estabelecer Limites à População e ao Consumo“, mas tem sido expressa em uma ampla variedade de maneiras diferentes desde então: “Partilha Justa” (Fair Share), “Limitar o Uso de Recursos e População“, “Compartilhar Excedentes” [inclusive conhecimentos] e “Viver com Limites“. Embora exista, obviamente, uma sobreposição entre essas expressões, a ideia de que a terceira ética é um pouco aberta à interpretação deixa um pouco de interrogação quanto à aplicação desses princípios no design da permacultura.

    O significado por trás da terceira ética, de acordo com o Permaculture Designer’s Manual escrito por Bill Mollison, é a teoria de que “ao governar nossas próprias necessidades, podemos definir recursos à parte para focar os princípios anteriores”, referindo-se às duas éticas anteriores da permacultura. No entanto, quando a frase é abreviada apenas para a ideia de “estabelecer limites para a população”, pode levar a mal-entendidos – particularmente por militantes da justiça social, que levantaram preocupações em torno de genocídio e eugenia que poderiam ser falsamente encontrados nessa frase.

    Na década de 1980, o pioneiro da permacultura dinamarquesa, Tony Andersen, reformulou a terceira ética como “Partilha Justa” (Fair Share), em um esforço para evitar qualquer discussão sobre esses conhecimentos controversos. Mas enquanto esta frase simples soa agradável quando combinada com as duas outras éticas, deixa para fora uma das ideias principais atrás deste terceiro princípio ético – o conceito de projetar dentro dos limites.

    População vs Uso de Recursos

    Os ecologistas definem a “capacidade de carga” como o tamanho da população que um ambiente pode sustentar durante um período de tempo, levando em consideração os vários recursos disponíveis nesse ambiente. Quando a quantidade de recursos requerida por uma espécie for igual à quantidade de recursos disponíveis, a capacidade de de carga é atingida. Se a população continuar a aumentar e a quantidade de recursos não, a natureza corrige o desequilíbrio, garantindo que as taxas de mortalidade subam acima das taxas de natalidade – deixando a população de volta abaixo da capacidade de carga.

    Este é o desafio apresentado pela terceira ética da permacultura – viver dentro dos limites, para manter nossa população global e o uso de recursos sob a capacidade de carga. À medida que a nossa população aumenta, haverá obviamente menos recursos disponíveis para cada indivíduo. A permacultura tenta usar o planejamento sustentável para determinar um uso médio dos recursos que pode ser mantido por um longo período de tempo, o que é parte da teoria por trás dessa terceira ética controversa.

    À medida que uma escassez global de alimentos surge como resultado do impacto negativo da mudança climática sobre as safras, a ideia de capacidade de carga e de viver dentro dos limites torna-se ainda mais necessária. No entanto, o maior problema que enfrenta o nosso planeta não é necessariamente uma crescente população nos países menos desenvolvidos, mas sim o excesso de consumo das populações ocidentais o que mais contribui para o nosso desequilíbrio no uso dos recursos.

    Esta terceira ética tenta abordar esta questão, confrontando uma das partes mais feias da natureza humana: a ganância. É esta ganância que nos leva a acumular recursos muito além do que poderíamos usar – mesmo enquanto os outros lutam para prover o suficiente para si ou para suas famílias. Isso não só é errado, como é insustentável no longo prazo.

    Permacultura e Socialismo

    Parte dessa terceira ética significa entender que a permacultura inclui a ideia de que as necessidades básicas de todos devem ser atendidas – incentivando a justiça não apenas entre os humanos, mas também entre a humanidade e outras espécies. Mas mesmo essa interpretação está sujeita à visão de mundo de um indivíduo. Pessoas com tendências mais socialistas ou comunistas poderiam levar esta ideia a dizer que “se você fizer mais do que você precisa, você deve dar a outros – incluindo aqueles que não fizeram nada para ganhá-lo“.

    Embora o altruísmo seja certamente encorajado, a história mostrou que os conceitos governantes do socialismo e do comunismo foram insustentáveis. A interação desta ética como um dos princípios motrizes da permacultura pode explicar em parte por que a filosofia não tem sido mais amplamente abraçada – ela promove o pensamento de que, para praticar a permacultura da maneira como Mollison e o cofundador David Holmgren pretendiam, eles deveriam dar todos os seus pertences e viver em uma comuna com outros permacultores.

    Esta ideia foi mesmo levada um passo adiante, teorizando que qualquer um dos excedentes produzidos através do planejamento em permacultura deve ser compartilhado – incluindo o conhecimento. Em vez de aceitar pagamentos por ensinar, consultar ou escrever, essas informações devem ser distribuídas gratuitamente. É uma boa ideia, mas é difícil convencer as pessoas a colocar sua energia e recursos em um projeto onde as recompensas serão compartilhadas com pessoas que não fizeram nada para ganhá-los.

    Permacultura não é socialismo[2]. Os praticantes não são obrigados a viver em uma comuna, trabalhando de graça e dando o seu excedente. Permacultura não impede você de ganhar uma vida decente – na verdade, permacultura pode trazer aos praticantes todos os tipos de benefícios, incluindo financeiros. Mas enquanto esta crença [na necessidade dependente do dinheiro] continuar a permear a sociedade dominante, será difícil para os permacultores trazerem esta ciência para as massas.

    Andando em frente

    Em vez disso, esta terceira ética controversa deve agir como uma luz orientadora para ajudar os indivíduos a examinarem seu uso de recursos com mais cuidado – atentos para reduzir seu consumo e enfrentar o desafio social de compartilhar não só o excedente, mas também o trabalho e a produção. Permacultura é sobre comunidade, sobre resiliência e sobre sustentabilidade.

    Mais pessoas estão começando a adotar o conceito “Retorno do Excedente” como a expressão da terceira ética[3], o que pode estar mais de acordo com o significado original desse princípio. Em vez de criar desperdício, permacultores são incentivados a devolver o excesso de volta para onde ele veio. Isso pode se aplicar em um sentido ambiental através de práticas como cortar e soltar ou permitir que o produto amadurecido para decompor e fertilizar o solo.

    Mas o conceito também se aplica a outros aspectos da permacultura, incluindo seu investimento de tempo, trabalho e recursos. Retornos sobre esses investimentos, financeiros ou de outro tipo, podem ser direcionados e colocados de volta em sua prática de permacultura – garantindo sustentabilidade e resiliência.

    Quando aplicadas à prática da permacultura, essas éticas devem ser usadas para orientar o tipo de planejamento estratégico que nos ajudará a trabalhar em direção a um futuro onde não nos preocupamos apenas com nós mesmos, mas também com outras populações humanas e não humanas e até com a própria Terra.

    Para Saber Mais Sobre

    World Wide Permaculture e Permacultura UFSC

    Facebook: https://www.facebook.com/worldwidepermaculture/ e
    https://www.facebook.com/groups/Permacultura.UFSC/

    Publicação original: http://worldwidepermaculture.com/controversial-third-ethic-permaculture/

    Republicada também em: http://permaculturenews.org/2017/04/13/controversial-third-ethic-permaculture/


    Notas do tradutor

    texto 1 – [também entre colchetes ao longo do texto]:

    [1] Assim como é comum ocorrer com todas as polêmicas que envolvem a simplificação das definições das ciências humanas. Os dois primeiros princípios éticos remetem, indiretamente, às questões ambientais e sociais, e este terceiro remeteria à sustentabilidade “econômica” real, e não àquela defendida pelo mercado através do falacioso tripé da sustentabilidade (social, ambiental e econômica), como é bem questionado por Ignacy Sachs, Carlos Walter Porto-Gonçalves e outros autores.

    [2] Permacultura sem dúvida não é socialismo (do conceito marxista ou socialismo de estado forte), muito menos capitalismo – já que esse se baseia na competição e num crescimento infinito. Eu acredito que como uma lógica ambiental e social assim proposta, ela seja muito mais próxima de um cooperativismo, ou um terceiro caminho ainda mais equilibrado e que remete ao anarquismo (anarco-comunismo), sempre consciente, talvez com uma certa influência de Kropotkin, com sua “Ajuda mútua”, e outros autores e que seria uma ecologia social aplicada de forma consciente a direcionar a sociedade às relações ecológicas positivas, como é no mutualismo.

    [3] Eu particularmente, quando ministro as aulas referentes aos princípios apresento o primeiro princípio – Cuidar da Terra, como o principal e que poderia se bastar por si. Historicamente o Bill também fala isso: que bastaria a permacultura ter uma única ética – Cuidar da Terra. Mas como o ser humano é egoísta e deturparia isso achando que precisamos cuidar das plantas e animais, da natureza e por isso excluir e explorar as pessoas, é preciso salientar que dentro desta primeira ética existe uma segunda: Cuidar das Pessoas. Ainda sob esta lógica pode-se dizer que, por exemplo: dar emprego para as pessoas é cuidar delas, que dar oportunidade de trabalharem em suas terras também se está cuidando, ou que aumentarmos a população e consequentemente o consumo é uma forma de cuidar delas, mas como isso vai de encontro ao limite de crescimento do planeta, apresentado pelo Clube de Roma e em outros autores, devemos deixar muito claro no terceiro princípio como fazer para Cuidar da Terra e das Pessoas, através desses limites de crescimento e de consumo e da partilha do excedentes, inclusive conhecimentos.
    Então em relação ao terceiro sempre apresento pelo menos duas formas: Partilha Justa – que é o que está descrito nas figuras de David Holmgren e por isso utilizo desta forma – e Compartilhar excedentes, inclusive conhecimentos que é uma forma que simpatizo por considerar a expressão mais compreensível. A expressão em inglês Fair share, apesar de literalmente significar partilha justa, as vezes me remete a outro uso não tão libertário mas mais capitalista que é o comércio justo ou mercado justo. Mas isso é apenas uma questão de interpretação minha e não seu significado real. E a expressão Retorno do excedente não sei se em português repassa tão bem o que quer dizer este princípio e que não seja dito pelo Compartilhar excedentes, mas por outro lado apresenta uma questão bem mais ambiental que é a questão do deixar o que é da natureza lá, caso não seja usado e assim abre realmente uma nova interpretação e ação pra maioria dos permacultores, numa visão bem mais preservacionista que conservacionista. Este seria nosso papel? Será que precisamos tanto assim? Vale a reflexão. Isto é, mesmo com este texto explicando bem as questões ao redor deste terceiro princípio ético creio que ainda não chegaremos a um consenso.

    [4] Cuidar do Futuro (fontes: Delvin Solkinson. Gaiacraft Permaculture Design Core Curriculum Notes, 2017 ,  Dixon, Milton. Future Care. 2014.,  Harland, Maddy. Redefining the Third Permaculture Ethic: Future Care. 2017., e Withoneplanet. Permaculture Ethics and Principles, 2017.):
    Originalmente, Bill Mollison caracterizou o terceiro princípio como uma ética diferente, mas relacionada à atual: “Estabelecer Limites para População e Consumo” e “Gerar Excedentes e Reinvestir no Cuidado de Pessoas e Cuidados com a Terra”. Na virada do milênio, foi descrito como “Fair Share” (Partilha justa), resumindo a essência das articulações anteriores. A Escola Africana de Permacultura descreve isso como “Cuidados futuros”. Todos os seres vivos têm o mesmo valor inerente e o direito de viver uma vida saudável, incluindo as gerações vindouras. Gere uma abundância e compartilhe os recursos da Terra de forma generosa e equitativa com todas as coisas. Nossa missão é investir toda a inteligência de capital e boa vontade e trabalho para o Cuidado da Terra e o Cuidado de Pessoas. O questionamento sobre esta proposta se dá na medida que sob o ponto de vista capitalista empresas e o mercado sempre tem pregado que “cuidam do seu futuro”, como a revolução verde prometia acabar com a fome do mundo nos anos 1960 e 70 do século passado. Um viés mais nobre talvez seja manter fielmente as palavras dos criadores (apenas traduzidas) e utilizarmos os argumentos que considerarmos mais didáticos em nossas explicações durante os PDCs.


    Texto 2:

    Sobre permacultura, direitos e essa irritante terceira ética: todos a bordo do elefante na sala

    por Heather Jo Flores, tradução informal de Marcelo Venturi – Neperma, do artigo original postado em 18 de março de 2018 (14 min de leitura), no medium.com 

    Terceira Ética da Permacultura:
    Abraçando a igualdade, o equilíbrio e a justiça!

    “O contato com o solo nos lembra que somos parte integrante da natureza, em vez de nos sentirmos excluídos e excluídos. Os simples atos de cultivar e comer nossa própria comida, recriar habitats nos quais a diversidade da natureza floresce e tomar medidas para viver de maneira mais simples são maneiras práticas de viver que nos conectam a uma consciência do todo sem costura da natureza. A permacultura é uma reconexão espiritual e também uma estratégia ecológica. ”
    Maddy Harland.

    O que é permacultura?

    Estritamente falando, “Permacultura” é uma palavra criada por Bill Mollison e David Holmgren na década de 1970 [5]. Eles pegaram as palavras “permanente” e “agricultura”, juntando-as e usaram-nas para descrever uma metodologia para “o planejamento e a manutenção consciente de ecossistemas agropecuários produtivos que têm a diversidade, a estabilidade e a resiliência dos ecossistemas naturais”.

    Os designers de permacultura trabalham para estabelecer propriedades e comunidades que atendem às suas próprias necessidades, que requeiram cuidados mínimos, produzam e distribuam alimentos e mercadorias excedentes. A permacultura enfatiza a observação, o planejamento cuidadoso, o compartilhamento de recursos e o trabalho com a natureza e não contra ela. Atender às nossas próprias necessidades sem explorar os outros é o objetivo seguinte; pois regenerar a Terra para que ela possa continuar sustentando a vida é o primeiro.

    O sistema de design da permacultura, que contém um conjunto específico de ética, princípios, ferramentas e técnicas, oferece uma oportunidade para indivíduos, famílias e comunidades criarem uma cultura humana viva que nutre, e não aniquila, a Terra.

    Além disso, os mesmos princípios que tornam a permacultura tão bem sucedida na paisagem também funcionam para projetar “estruturas invisíveis”, como sistemas sociais, emocionais, econômicos e políticos que podem apoiar seu trabalho no lugar. Isso porque a permacultura não se resume apenas aos elementos de um sistema; é também sobre os fluxos e conexões entre esses elementos. Você pode ter energia solar, uma horta orgânica, um carro elétrico e uma casa de palha e ainda não viver uma permacultura. Um projeto se torna uma permacultura somente quando é dada atenção especial às relações entre cada elemento, entre as funções desses elementos e entre as pessoas que trabalham no sistema.

    Através de um processo de design de permacultura, podemos organizar esses relacionamentos para obter o melhor sucesso. Nossa criatividade é a ferramenta mais poderosa para superar os males de nossa cultura, e o planejamento permacultural nos ajuda a aproveitar essa criatividade e colocá-la em prática.

    No entanto, embora a palavra permacultura se refira a um conjunto de ferramentas e filosofia específicos, a maior parte do que a permacultura ensina não é uma informação nova. Muitas dessas técnicas vêm de práticas indígenas em todo o mundo, e algumas delas parecem tão naturais que você pode facilmente intuí-las, assim que começar.

    Então por onde você começa?

    Na permacultura, começa com o que Mollison chamou de diretiva principal: assumir a responsabilidade pelas necessidades de nós mesmos e de nossos filhos. E, em busca dessa diretiva … começamos com a ética.

    A permacultura decorre de uma tríade de ética ecológica: primeiro, cuide da terra, porque a terra sustenta nossas vidas. Segundo, cuide das pessoas, porque precisamos cuidar de nós mesmos e das outras, e porque as pessoas são a principal causa de dano à terra.

    E isso nos leva à terceira ética.

    Essa irritante terceira ética!

    Em seu monumental Permaculture: A Designer’s manual (1988), Bill Mollison ensinou a terceira ética como “limites à população e ao consumo”. Rosemary Morrow usou “redistribuir o excedente de acordo com as necessidades” no Earth Users Guide to Permaculture. No Gaia’s Garden (2001), Toby Hemenway usou “compartilhar o excedente”. Eu usei “reciclar todos os recursos para as duas primeiras éticas” em meu livro, Food Not Lawns, How to Turn Your Yard into a Garden and Your Neighborhood into a Community (Como transformar seu quintal em um jardim e seu bairro em uma comunidade) (2006). Jessi Bloom usou “processo cuidadoso” em seu livro Practical Permaculture (2016). Atualmente, no trabalho de David Holmgren, a terceira ética geralmente é destilada em apenas “partilhas justas”. E assim por diante.

    Ninguém parece chegar num acordo, e você encontrará essas variações éticas repetidamente em sua jornada na permacultura. Mas o ponto que muitas vezes não é trabalhado é a compreensão completa e em vários níveis do que é e o que faz a permacultura que pode ser encontrada dentro dessa rica discussão, às vezes controversa, sobre a terceira ética.

    O problema é a solução, por assim dizer.

    Portanto, no interesse de aprofundar nossa compreensão, vamos desembrulhar algumas dessas diferentes versões:

    Limites para população e consumo.

    Clara, específica e controversa, esta versão original da terceira ética é um plano de ação que pode desencadear muitas respostas negativas. Sem se desviar para um tratado sobre a aversão da comunidade de permacultura a discutir superpopulação, digamos que esta versão é provavelmente a menos popular em muitos círculos de permacultura hoje.

    Compartilhar o excedente.

    Esta versão da terceira ética nos lembra que recursos não utilizados são iguais a desperdício e, portanto, poluição, e podemos aumentar as oportunidades cíclicas enviando tudo de volta. Isso faz muito sentido, de certa forma, mas pode ser problemático porque é muito fácil supor que algo é um “excedente” quando na verdade alguém já pode estar usando, ou precisando desesperadamente. Se nos afastamos do centro do planejamento e consideramos as necessidades de outras espécies, a noção de “excedente” se torna confusa.

    Partilha justa.

    Certo. Está bem. Mas quem decide o que é justo? Muito espaço para erros de interpretação aqui. Muitos cantos para cortar. Mas esta versão é, para mim, muito diluída, fácil de ignorar, e eu já vi muitos proprietários privilegiados de permacultura discutindo sobre “partilhas justas” enquanto exploravam trabalhadores voluntários e desfrutavam dos luxos de 1% do primeiro mundo.

    Recicle todos os recursos para as duas primeiras éticas.

    Eu sempre fui pragmática e, em Food Not Lawns, escrevi: “Recicle todos os recursos para as duas primeiras éticas, porque excedente significa poluição e renovação significa sobrevivência”. Ainda aprecio e concordo muito com essa perspectiva, porque parece tangível, mensurável. Mas também sinto que esta versão carece de precisão. Falta especificidade. Reciclar quais recursos? E como exatamente? As duas primeiras éticas? Então, reciclamos tudo para cuidar da Terra e cuidar das pessoas? Claro, ok. Mas, novamente, parece meio diluído. Esta versão não faz o suficiente para dizer: “Ei! Um passo adiante! Isso é com você!

    Processo cuidadoso.

    Esta versão pede que consideremos os impactos de nossas ações e tomemos consciência de como nossa busca pela felicidade e “sustentabilidade” pode ter efeitos negativos sobre os outros. Se observarmos como os seres humanos se sustentaram ao longo da história, vemos uma trilha de lágrimas, carnificina e negação, que poderiam ter sido evitadas se abordadas com um processo mais cuidadoso. Acho esta versão provocativa e empoderadora, mas também carente de responsabilidade. Para mim, parece muito fácil dizer: “Tomei cuidado, por isso não é minha culpa”. Porque tomar cuidado não é suficiente. Temos que estar vigilantes e pró-ativos, agressivos em nossa busca de equilíbrio.

    Cuidar do futuro.

    Originária da escola africana de permacultura e usada por Starhawk, Maddy Harland e outras professoras feministas conhecidas, esta versão faz eco da consideração das “sete gerações” de muitas tradições indígenas e antigas e nos pede que trabalhemos para aqueles que viverão depois de nós, quando não estivermos mais aqui. Ele nos pede para abraçar nosso papel como “determinantes” do futuro e assumir a responsabilidade pelo futuro que estamos criando com todas as ações que tomamos hoje. Sim, claro, e sempre. Mas essa versão nos tira do presente e, para mim, parece hiperespiritual [6], quase evangélica. Não sei você, mas tenho dificuldade em me concentrar em algo que acontecerá quando eu morrer.

    Então, onde está o terreno comum em tudo isso?

    Por um lado, podemos dizer “vamos usar todos os itens acima”, porque cada uma dessas versões tem mérito e todas as versões têm falhas. Mas vamos procurar um terreno comum. A terceira ética, por qualquer nome, sempre tem dois lados:

    O primeiro é sobre bordas, fronteiras, limites e auto-regulação.

    O segundo lado é o compartilhamento ou distribuição de recursos.

    Mas por que a combinação dessas duas ações é tão crucial para a permacultura que ela compartilha o trono ético ao lado de Cuidar da Terra e Cuidar das Pessoas?

    Ultimamente, tenho trabalhado com uma tríade ética que se parece com isso: (Ética permacultural: pessoas, planeta e paridade)

    Paridade

    Paridade é uma palavra antiga com muitos significados. Vem do latim parere, que significa “trazer pra frente”. Nos anos 1700, significava “igualdade de posição ou status”, aplicada à sociedade que se desenrolava durante “o iluminismo”. Na década de 1950, foi usada para descrever uma “condição em que os adversários têm recursos iguais” e, na década de 1970, era frequentemente usada para descrever o que as mulheres que lutavam por salários iguais estavam tentando obter.

    Atualmente, paridade é geralmente definida como significando igualdade, equilíbrio e justiça.

    À primeira vista, minha tríade ética de Pessoas-Planeta-Paridade parece uma brincadeira com a “tripla linha básica” do movimento oximorônico do “desenvolvimento sustentável”: “Pessoas-Planeta-Provenção (Lucro)” [7], ou melhor: tripé básico do desenvolvimento sustentável – “Social-Ambiental-Econômico” que é, presumo, o que se entoa para sentir-se melhor com a exploração capitalista.

    E, embora eu não estivesse pensando nos chamados capitalistas verdes quando fiz minha tríade, aprecio a conexão, porque, embora eu veja o valor em se obter uma produção, a terceira ética diz respeito a nos perguntar quem somos nós obtendo esse rendimento de onde.

    Pense nisso por um minuto. Pense nisso por uma hora.

    Não mesmo. Dê um passeio e pense sobre o quanto cuidado, igualdade e justiça realmente importam para você. Sua vida é mais importante que a de uma pulga? Por quê? Mais importante que de um urso? E quanto a vida do seu vizinho? A sua é mais importante que a deles? Por quê? Ou porque não?

    Vamos falar sobre equidade também. Não é o mesmo que igualdade.

    Então, a pessoa baixinha pega a cadeira mais alta para poder ver o show, assim como a pessoa alta? Por quê? Ou a pessoa baixa deve trazer sua própria cadeira, e a pessoa alta deve ficar de pé atrás? Por quê?

    Até onde vai tudo isso e quem decide? E quem tem autoridade para fazer cumprir esses princípios éticos?

    Em nossa busca por equilíbrio, totalidade e sustentabilidade, precisamos ter cuidado ao tentar fazer com que todos respeitem esses acordos e se conformem. Mas não funciona assim. É complicado e não existe um caminho verdadeiro. Mas isso não nos dá uma desculpa para parar de tentar.

    Igualdade, equidade e o elefante na sala.

    De fato, é precisamente nosso fracasso ter de admitir que a terceira ética tantas vezes divide a comunidade da permacultura. E a recusa desafiadora de abordar a justiça social, a saúde mental e a descolonização, como parte de toda uma plataforma de planejamento de sistema, que caracteriza uma facção grande e dominadora do movimento permacultural.

    Acrescente a isso o triste, mas real, fato de que um pequeno número de professores de permacultura conhecidos enfrenta várias acusações de abuso, fraude, exploração e assédio sexual, e o que resta é uma comunidade global de designers altamente qualificados fazendo um bom trabalho, mas ofuscados por uma enorme quantidade de diferenças éticas aparentemente não resolvidas que podem ameaçar desacreditar nosso movimento como um todo.

    #PermaculturaPorMimTambém?

    Sim, é uma coisa. E dificilmente sou a denunciante disso. Todos nós estamos montando o elefante na sala há décadas.

    Fato: um projeto ecológico não pode ser implementado, a menos que seus habitantes estejam dispostos a se engajar, colaborar, comprometer e participar ativamente da evolução contínua dele.

    Comecei a Guilda das Mulheres em Permacultura (PWG – Permaculture Women’s Guild), desafiando diretamente a estrutura de poder patriarcal amplamente discutida, que é amplamente ativada e que continua a existir na comunidade global de permacultura. E meu objetivo com o PWG é alcançar, bem, paridade.

    Paridade é cuidado, em ação.

    Paridade é um esforço aberto para encontrar um equilíbrio, seja pagamento igual, recursos compartilhados, dando crédito onde é devido ou iniciando um retorno do que foi levado.

    A paridade está nos livros, clara, definida, mensurável. É concreta. Você pode vê-la, documentar seus efeitos e replicar o processo conforme necessário.

    Vamos adicionar mais uma definição de paridade – uma que inspira uma metáfora que pode ser realmente útil ao nosso movimento nesta fase: na biologia e na medicina humana, paridade é quando um feto atinge uma idade gestacional viável.

    Quantos projetos de permacultura falham quando estão no primeiro ou no segundo trimestre? E por que? O que aconteceria se mais desses projetos pudessem alcançar um nível de desenvolvimento e autoconsciência de que estão prontos para nascer como sua própria entidade no mundo, para aprender a andar e falar por si mesmos?

    Até o momento da redação deste artigo, os modelos de trabalho de longo prazo de permacultura sustentável e próspera são poucos e distantes, com muitos exemplos muito próximos escondendo essas permacultura sujas, segredos demais para mim sob as lonas azuis esfarrapadas e as pilhas de recursos (leia-se excedente / desperdício / desequilíbrio / desconsideração da terceira ética).

    Como você define a terceira ética da permacultura?

    Você simplesmente repete o que lhe foi ensinado ou se envolve em uma prática diária com uma base ética que investigou rigorosamente e apaixonadamente?

    Porque, se conseguirmos dominar a terceira ética, ela poderá destrancar as portas das duas primeiras.

    Se pudermos reforçar nosso design, conseguir um melhor equilíbrio em nossas paisagens emocionais e sociais e voltar para estender esse equilíbrio, essa consciência, essa paridade com os outros seres humanos e recursos com os quais estamos trabalhando, então talvez possamos, como um movimento, fazer nascer uma chance de sobrevivência como espécie.

    Exceto… que haja outro elefante na sala.

    Lembra quando eu disse que paridade às vezes é definida como “igualdade de posição ou status”?

    Portanto, usar a paridade em um contexto de permacultura implicaria que nenhuma espécie é mais importante que as demais.

    Ponto final.

    E se fizéssemos a mudança radical, em nossa consciência como indivíduos, como movimento e como espécie, para equilibrar a hierarquia de espécies no planeta, e nos puxarmos intencionalmente do topo? Como isso mudaria o futuro?

    É possível que deixar de lado nosso apego à permanência e aceitar nossa inevitável extinção como espécie seja realmente a coisa mais ecológica que podemos fazer?

    Uma “permacultura para todas as espécies”, no interesse de trabalhar com a natureza, e não contra ela, nutriria a noção de que a extinção humana poderia realmente fazer parte de um projeto sustentável de todo o sistema?

    Porque, vamos ser sinceros:

    Permanência vai contra a natureza.

    Se vamos realmente abraçar essa terceira irritante ética, isso significa que precisamos questionar a palavra “permacultura” e questionar a suposição de que nós, como espécie, temos direito à permanência nesta terra. Meu objetivo aqui não é alienar ninguém, mas integrar uma perspectiva mais ampla e talvez mais inclusiva ao pensamento que estamos construindo e à comunidade global que ele serve.

    Extinção é natural. Sim, acelerou, pelo menos durante a linha do tempo que nossos cérebros humanos insignificantes podem compreender. E a lei universal nos mostra que, uma vez que o ciclo entre ordem e caos se inclina demais em uma direção, ele não pode ser interrompido até que volte novamente. Se uma pedra já estiver rolando ladeira abaixo e for mais pesada que você, você não poderá pará-la.

    A permacultura pode tentar parar a pedra? A permacultura deve tentar pará-la? Ou isso vai contra a natureza?

    O escopo e a qualidade de nossa sobrevivência dependem em grande parte de como lidamos com as facetas inevitáveis ​​e às vezes horríveis da humanidade.

    Então, qual é a nossa estratégia de planejamento?
    (Alerta de spoiler: não sei as respostas.)

    Esteja aqui agora

    Todas as inevitabilidades cataclísmicas à parte, a permacultura, na prática, seja agrícola, estrutural, social, emocional ou qualquer combinação dos itens acima, é simplesmente muito divertida. Uma vida de permacultura, em qualquer escala, é cheia de admiração e abundância!

    Não há realmente nenhum lugar em que eu preferiria estar no quintal, movimentando coisas e tentando descobrir como conectar elementos para tornar minha casa e jardim mais bonitos, produtivos, menos consumistas e menos desperdiçadores. Quando tomo providências para cuidar da terra e planejar minha vida em conjunto com minha comunidade ecológica, é muito bom.

    Quando você treina sua mente para se lembrar das teorias da permacultura, retirá-las como um mestre artesão retiraria seu cinzel favorito, então você começa a ver tudo ao seu redor de uma maneira diferente. Colocando as mãos no solo, obtemos acesso à sabedoria da terra e, juntando nossas cabeças, aprendemos a usar esse conhecimento para o benefício de todos.

    Essas mudanças lentas e constantes na maneira como você experimenta o mundo não devem ser tomadas de ânimo leve, nem devem ser apressadas. E apenas ler este artigo não o levará muito mais longe do que a poltrona – você precisa chegar lá e experimentar essas coisas em seu próprio quintal, em sua própria comunidade.

    Você tem que fazer a coisa. Diariamente.

    No entanto, para encerrar, sinto a necessidade de advertir contra permitir que a “permacultura” ou qualquer outro slogan substitua o pensamento crítico, o bom senso e um firme compromisso de estar presente, disponível, vulnerável e disposto a fazer o trabalho no local , no dia a dia. E não apenas o trabalho na terra. O trabalho do coração é tão importante. É disso que trata a terceira ética. É isso que é permacultura. E é por isso que estamos todos aqui juntos hoje.

    Meu próprio trabalho decorre de uma abordagem autônoma e igualitária que inclui a permacultura, mas também inclui uma ampla gama de outras crenças, filosofias, ferramentas e técnicas, acredito que nesse tipo de abordagem flexível e individualizada reside nosso verdadeiro poder como movimento global.

    Cada um de nós só tem que ser, culpar e confiar, e nosso próprio comportamento está na raiz de qualquer mudança social ou ambiental. Se queremos paz, temos que ser pacíficos. Se queremos viver no paraíso, temos que cultivá-lo.

    Porque as flores não são as únicas coisas que florescem no jardim – as pessoas também!

    E, quando as pessoas participam de um projeto ecológico, quando trabalhamos duro para melhorar o solo, purificar a água, plantar árvores, incentivar a vida selvagem, reduzir a poluição e o desperdício… algo dentro de nós muda. Nós sintonizamos as vozes sutis da natureza. Tornamo-nos mais conscientes de nossos corpos, mais conscientes de nosso impacto no meio ambiente, melhores em ouvir e nos comunicar e mais capazes de superar medos e obstáculos.

    Então, vamos nos envolver como uma comunidade de indivíduos que pensam nossos próprios pensamentos, realizam nosso próprio trabalho, e ainda assim confiam e confiam um no outro à medida que avançamos em direção a um futuro comum e frutífero. Um passo de cada vez, podemos nos tornar especialistas em cuidar da Terra, cuidar das pessoas e encontrar inúmeras maneiras de comunicar e demonstrar igualdade, compartilhamento e abundância.

    Como yoga, como escrever, como arte, a permacultura é um caminho de vida, uma prática diária. E, a princípio, você pode não se sentir muito flexível. Não se preocupe com isso. Apenas continue tentando. Inspire, expire, pique madeira, leve água.

    ESCRITO POR:
    Heather Jo Flores
    Agricultora de dia, escritora de noite. #foodnotlawns #permaculturewomen #freepermaculture. www.heatherjoflores.com

    Tradução livre de Marcelo Venturi – Neperma/UFSC

    Para Saber Mais Sobre

    Publicação original: On permaculture, entitlement, and that pesky third ethic: all aboard the elephant in the room. https://medium.com/permaculturewomen/on-permaculture-entitlement-and-that-pesky-third-ethic-lets-take-a-ride-on-the-elephant-in-the-448cc654744e.


    Notas do tradutor

    texto 2 – [também entre colchetes ao longo do texto]:


    Outras referências e opiniões sobre o assunto:

    Estas opiniões podem refletir ou não a opinião do autor. Estão aqui publicadas a fim de que o leitor desenvolva sua própria opinião a respeito.

    1. O grande medo ao terceiro princípio da permacultura. Yvyporã. https://yvypora.wordpress.com/2018/05/20/o-grande-medo-ao-terceiro-principio-da-permacultura/.

    2. Timothy J. Haney & Aulora Morrow (22 Nov 2023): “We’re Still on That Treadmill”: Privilege, Reflexivity, and the Disruptive Potential of Permaculture, Capitalism Nature Socialism, DOI: 10.1080/10455752.2023.2285458. https://doi.org/10.1080/10455752.2023.2285458

     


  • NEPerma participa de oficinas da ABA

    Publicado em 27/03/2017 às 13:35
    Arthur Nanni na palestra da UPF.

    Arthur Nanni na palestra da UPF.

    Na semana entre 20 e 25 de março, o NEPerma esteve presente nas Oficinas de Sistematização de Experiências em Agroecologia, promovidas pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) na região sul.

    As oficinas ocorreram na Universidade de Passo Fundo, onde o NEPerma apresentou a palestra “O que é Permacultura?” para o publico de alunos e professores da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. A FAMV conta com um Núcleo de Estudos em Agroecologia, que vem promovendo o desenvolvimento da agroecologia com parceiras regionais no território da produção.

    Na sequência da programação das oficinas, foi a vez da Universidade Federal da Fronteira Sul receber a equipe da ABA e representantes dos demais núcleos de estudos em agroecologia da região sul. O campus da UFFS de Laranjeiras do Sul-PR sedia o curso de Agronomia com ênfase em Agroecologia e conta com docentes com formação voltada para o ensino de técnicas sustentáveis de produção de alimentos. A UFFS conta ainda com as ações dos Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEA-UFFS) e Estudos em Aquicultura com Enfoque Agroecológico (AquaNEA).

    O NEPerma esteve presente em todas as oficinas realizadas na região sul buscando levar para o entendimento dos demais grupos que promovem a agroecologia, o que é permacultura e como ela pode contribuir e participar para o estabelecimento de redes de interação e trocas de saberes no campo. A participação do NEPerma nas oficinas é fruto das atividades do Núcleo em virtude das ações desenvolvidas pelo Projeto Terra Permanente, que teve apoio financeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e CNPq.


  • Educandos de psicologia e mais 21 cursos buscam vagas na permacultura

    Publicado em 20/03/2017 às 13:46
    Educandos interessados em cursar a disciplina "Introdução à permacultura" (em azul) e aqueles que irão cursá-la nesse semestre (em laranja).

    Educandos interessados em cursar a disciplina “Introdução à permacultura” (em azul) e aqueles que irão cursá-la nesse semestre (em laranja).

    A décima primeira edição da disciplina Introdução à Permacultura teve uma enorme procura por vagas, com destaque para o curso de psicologia que registrou a maior procura da história da disciplina. Um total de 75 pessoas oriundas de 21 cursos de graduação, um de pós-graduação e pessoas externas à UFSC, solicitaram ingresso em uma das 20 vagas ofertadas na turma de 2017/1.

    Após priorizar os alunos do cursos de Geografia e Ciências Biológicas, que apresentam a disciplina em suas grades curriculares, o preenchimento de vagas remanescentes é realizado a partir da lista de suplência fornecida pelo CAGR/UFSC, por intermédio do IAP do educando.

    Desde sua primeira edição, uma composição eclética da turma é necessária para que diferentes linhas de pensamento possam enriquecer o aprendizado dos 20 alunos que seguirão até o final do semestre. A troca de saberes é essencial na formação em permacultura e é um objetivo permanente do grupo de 9 instrutores que estarão à frente do processo de ensino nesse semestre.

    Um total de 7 pessoas externas à UFSC interessadas em cursar a disciplina participaram dos dois primeiros encontros, bem como um pós-graduando e duas dessas demandas foram atendidas.

    A disciplina Introdução à Permacultura é uma iniciativa do Núcleo de Estudos em Permacultura e está vinculada aos cursos de graduação em Geografia e Ciências Biológicas da UFSC.

    Acompanhe as atividades da Permacultura UFSC no Facebook


  • 5 anos de permacultura na UFSC

    Publicado em 31/01/2017 às 15:24

     

    Relação das vagas ofertadas, ocupadas, suplentes (sem vaga) e formados permacultores.

    Gráfico 1 – Relação das vagas ofertadas, ocupadas, suplentes (sem vaga) e formados permacultores.

    Em fevereiro de 2011 um total de 22 permacultores vindos dos seis diferentes biomas brasileiros, reuniram-se em Florianópolis para discutir o currículo proposto no início dos anos 80 por Bill Mollison, para a formação de pessoas no entendimento do planejamento de assentamentos humanos sustentáveis, o tradicional Permaculture Design Course (PDC – curso de planejamento permacultural).

    Esse encontro originou um programa de ensino atualizado, baseado nas energias que fluem na paisagem, que inspirou ainda em 2011, a criação da disciplina “Introdução à Permacultura” junto ao curso de graduação em Geografia. A disciplina, que começou a ser ofertada em 2012/1 e chega em 2016/2 a sua décima edição, foi o ponto inicial das atividades da permacultura na UFSC.

    Para a surpresa do grupo de permacultores envolvidos na disciplina, desde a sua segunda edição em 2012/2, a demanda por vagas passou a ser superior que a capacidade ofertada, como mostra o gráfico acima. Alunos de diversos cursos da UFSC passaram a procurar a disciplina para complementar sua formação. Com base nesse cenário, a partir da quarta edição em 2013/2, o preenchimento das vagas começou a contemplar estudantes de outros cursos de graduação da UFSC, UDESC e pessoas externas, quando possível. Essa ação se refletiu em um forte aumento na demanda por vagas, cuja ascensão é mais clara a partir do semestre de 2014/1 (Gráfico 1).

    Ainda há de se mencionar que, além do completo preenchimento das vagas desde a segunda edição, o número de alunos que ingressam na disciplina e a concluem é também expressivo, mantendo sempre taxas acima de 75% (Gráfico 1), demonstrando o interesse dos acadêmicos pelo tema.

    Diversidade de cursos de origem dos alunos interessados em cursar a disciplina.

    Gráfico 2 – Diversidade de cursos de origem dos alunos interessados em cursar a disciplina.

    Essa abertura de vagas fez também com que aumentasse a diversidade de cursos de origem de alunos interessados em cursar a disciplina (Gráfico 2), fato que incentivou a inserção da disciplina na grade dos curso de graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, curso que apresenta sempre muitos acadêmicos interessados em participar da disciplina.

    Com o forte interesse de desenvolver melhor a permacultura na UFSC, o grupo de docentes envolvidos na disciplina resolve criar em 2013, o Núcleo de Estudos em Permacultura (NEPerma), que passa a atuar junto ao Laboratório de Análise Ambiental desde então.

    Em 2013 o NEPerma acolhe também o Projeto de recuperação ambiental do Bosque da UFSC, através do planejamento por setores e zonas energéticas, aplicando métodos de ecologia cultivada no processo. O projeto segue em desenvolvimento e tem oferecido a comunidade acadêmica e do entorno a oportunidade de compreender mais sobre como interagir adequadamente a natureza.

    Ainda no mesmo ano, tem início o projeto Permacultura na Escola, que buscou levar a educação ambiental por meio da permacultura à escolas de ensino fundamental em Florianópolis.

    Em 2014 o NEPerma passa a desenvolver o projeto Terra Permanente, que buscou compartilhar os conhecimentos da permacultura com extensionistas rurais e agricultores da grande Florianópolis. O projeto seguiu até o final de 2016 e certificou 34 permacultores, sendo 19 em módulo presencial e 15 no ensino à distância.

    Em 2016 o NEPerma certifica, através do projeto PermaChico, jovens seminaristas e freis capuchinhos em Almirante Tamandaré no Paraná e com isso passa a fortalecer a relação desses com a questão ambiental.

    Ainda na caminhada, os permacultores atuantes pelo NEPerma produziram materiais audiovisuais que deram origem às teleaulas do PDC EaD Terra permanente, que seguem livres para serem acessadas e replicadas.

    Aula de Leitura da Paisagem com educandos da 10ª turma.

    Aula de Leitura da Paisagem com educandos da 10ª turma.

    Como atividades complementares, dois documentários foram legendados para o português, Sementes da Permacultura e A voz do vento. Tais ações buscam aproximar o público brasileiro do que está acontecendo no mundo em termos de culturas de permanência.

    Paralelamente a todas essas atividades, o NEPerma já fomentou a conclusão de 3 Trabalhos de Conclusão de Curso e segue desenvolvendo uma pesquisa de doutoramento, que busca compreender como a permacultura tem incentivado pessoas a migrarem de cidades para áreas rurais.

    O grupo de professores atuantes no NEPerma trabalha agora para a criação de um curso de graduação em permacultura. Para tal, segue discutindo o Projeto Pedagógico de Curso.

    Esse curso buscará formar cidadãos aptos a atuar na gestão de recursos naturais, generalistas em sua formação acadêmica, com conhecimentos técnico-científicos e sociotécnicos que o capacitem a absorver e desenvolver novas tecnologias e métodos apropriados a permanência da espécie humana no planeta.

    O curso busca, assim, estimular uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando os aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética, holística e humanística, em atendimento às demandas sociais e ambientais.

    Estamos só iniciando. Que venham os próximos 5 anos!

    Quer saber mais? Visite permacultura.ufsc.br

     

     


  • Aqui está a 10ª turma de permacultores da UFSC

    Publicado em 10/01/2017 às 13:38
    A 10ª turma -

    A 10ª turma – Iasmin, Ademar, Mariah, Evandro, Arthur, Arno, Alexandre, Marina. Giorgia, Larissa, Theo. Marcelo Eduardo Carol, Lucas, Marco. Fugiram da foto: Telémakos, Clara, Tamara e Giuliano

    A disciplina Introdução à Permacultura (GCN7938), uma iniciativa do NEPerma, acaba de certificar mais 17 novos permacultores. No total, 190 educandos se formaram pelo Núcleo em ações de ensino e extensão. Esta turma seguiu na mesma linha das anteriores, com participação de alunos da UFSC de diferentes cursos de graduação, dentre eles, geografia, biologia, geologia, arquitetura, direito, economia, antropologia, artes cênicas, história, psicologia e zootecnia. Desta forma, o NEPerma confirma seu compromisso com a transdisciplinaridade na academia.

    O projeto final de planejamento territorial desenvolvido pelos alunos do semestre 2016/2, envolveu o planejamento de um sítio unifamiliar em Paulo Lopes na grande Florianópolis. A turma foi divida em três grupos, que apresentaram diferentes ideias em relatórios, mapas e maquetes digitais.

    No próximo semestre as aulas acontecerão nas tardes das terças e nosso âncora de turma será o permacultor Arno Blankensteyn.

    Após a conclusão de mais esse PDC perguntamos aos educandos O que é permacultura para você?

    Veja algumas respostas abaixo…

     

    A opinião do educando Telémakos Gandash Endler (Artes Cênicas)

    A opinião do educando Telémakos Gandash Endler (Artes Cênicas)

    “Um novo olhar para o local que estamos inseridos, buscando entender o que te rodeia e utilizar da melhor maneira o que te é oferecido. Por isso falta ao mundo se perguntar o que a permacultura me ensinou: “o que o planeta tem a me oferecer?” ao invés de “o que/quanto este planeta pode produzir?”. Saber ler a paisagem, saber entender a dinâmica da natureza e da sociedade, saber utilizar e reutilizar, saber transformar problemas em soluções. Isso é a permacultura para mim.”

    Alexandre Santos – Geografia


  • Bioconstruções e permacultura são tema de TCC da geografia

    Publicado em 20/12/2016 às 21:30
    Através de seu Trabalho de Conclusão de Curso em geografia Genius Loci: A Autobioconstrução Como Elemento de Ressignificação do Lugar, Rodrigo Arruda retrata as relações desenvolvidas com a moradia ao fazermos parte dos processos de sua construção, especialmente a partir de técnicas e materiais da bioconstrução combinados com com a lógica da permacultura . Sua pesquisa resultou também na produção do vídeo documentário Genius loci : autobioconstrução e o espírito do lugar. Nele o autor explora, a partir de relatos de autobioconstrutores, como se deram os processos de participação e construção de suas moradias, que resultaram em um significado singular para o lugar.


  • Turma para 2017/1 da Permacultura no CFH

    Publicado em 19/12/2016 às 12:27

    Em 2017/1 haverá mais um edição da disciplina Introdução à permacultura, que possui o mesmo currículo e carga horária de um Curso de Planejamento Permacultural (Permaculture Design Course – PDC).

    Neste período de matrículas procure pelo código GCN7938 – Introdução à permacultura e efetive sua matrícula, mesmo que o sistema acuse “sem vagas”. As aulas que constituem o PDC de 90 horas ocorrerão nas tardes das TERÇAS e temos previstas 2 atividades de campo.

    Um total de 8 vagas adicionais serão definidas ao final do segundo encontro (2ª semana). Efetive a matrícula na disciplina e garanta a suplência. Depois, apareça nos dois primeiros encontros para acompanhar a definição do preenchimento das vagas.

    As aulas desse semestre ocorrerão na sala 325 do CFH. Lembre-se! Se você cadastrou a matrícula participe das duas primeiras aulas para pleitear vaga.

    Para aqueles que não conseguiram uma vaga na turma, o conteúdo das aulas pode ser acessado aqui, somente até julho de 2017, quando o sistema fecha automaticamente.


  • Permacultura e educação ambiental são temas de TCC na geografia

    Publicado em 17/12/2016 às 20:34
    Petra Viebrantz e a banca avaliadora de seu trabalho de conclusão de curso.

    Petra Viebrantz e a banca avaliadora de seu trabalho de conclusão de curso.

    O trabalho de conclusão e curso (TCC) de Petra Viebrantz, que versou sobre “A permacultura como estratégia de educação ambiental formal: potencialidades e limitações“, foi apresentado em 16 de dezembro de 2016 no NEPerma, sob a avaliação da banca constituída pelo orientador Arthur Nanni, a Profa. Rosemy Nascimento doutorando em Geografia e Mestre em Ecossistemas Marcelo Venturi.

    O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre a permacultura expondo sua visão, os princípios éticos e o método de planejamento espaços, abordando a temática sobre permacultura em escolas e o ensino de educação ambiental formal. O TCC versou sobre as principais políticas públicas e programas relacionados ao tema no Brasil, em Santa Catarina e no município de Florianópolis, contextualizando também a função social das escolas dentro desta temática.

    O TCC nasceu de um estudo de caso vinculado ao projeto de extensão “Permacultura na Escola”, realizado na EBM Maria C. Nunes, localizada no bairro Rio Vermelho em Florianópolis entre 2013 e 2014, relatando como se deu a realização do planejamento permacultural e o processo pedagógico de ensino baseado na permacultura desenvolvido na escola, apontando através de resultados de pesquisa, quais foram os potenciais e as limitações encontradas.

    Texto de Petra Viebrantz com revisão de Arthur Nanni


  • NEPerma participa de encontro de sistematização de Núcleos de Agroecologia

    Publicado em 16/10/2016 às 09:36

    Nos dias 18 a 20 de setembro de 2016, Marcelo Venturi e Arthur Nanni representaram o NEPerma, juntamente com a komboza, em uma estada na  ELAA – Escola Latinoamericana de Agroecologia, no município de Lapa/PR.

    O encontro teve o objetivo de sistematizar as experiências dos núcleos de agroecologia das universidades do sul do Brasil, que foram criados/aprimorados durante os últimos editais do CNPq relacionados ao assunto. Mas além desses núcleos, foram convidados alguns representantes de outros grupos e coletivos, visando contribuírem com a prática. Assim estiveram também, por exemplo, indígenas Guaranis do Morro dos Cavalos, que foram nossa mais agradável surpresa, abaixo entenderão o porquê.

    Algumas outras pessoas da UFSC ficaram de ir e não foram. Mas em minha contagem inicial estávamos em torno de 36 participantes de núcleos na abertura, e destes em torno de 12 têm alguma ligação direta com a UFSC, através dos 5 núcleos ou projetos que foram desenvolvidos aqui. A saber: O NEPerma, o CCA com o pessoal do PRV coordenado pelo prof Pinheirinho e do Plantio Direto coordenado pelo prof Jucinei, da rede de SAFAS coordenado pelo prof Ilyas e o pessoal do EduCampo/CED, coordenado pela Profa. Thayse. Assim, a UFSC esteve presente em peso. Apesar disso ser interessante por demonstrar nossa força no sentido da agroecologia no sul do país, essa participação nos mostra também outro ponto: sabemos que além destes núcleos oficialmente representados temos, como UFSC, vários outros grupos relacionados diretamente à temática – Neamb, Gepa, GeaBio, horto do HU, Compostagem, etc… E NÃO CONVERSAMOS ENTRE NÓS. Somos eficientes em agir para fora da instituição mas trocamos e conversamos pouco com quem está em casa.

    Além dos supracitados, outro grupo semelhante presente foi um grupo sem vinculação oficial à universidade do litoral do paraná, mas relacionado à esta, que se diz autogestionado e apresentou materiais assumidamente anarquistas. Também estavam presentes outros tantos núcleos com ricas experiências, e alguns que lamentamos não poder ajudar mais ou não ter mais pernas para atendermos no que diz respeito à demandas de Cursos de Planejamento em Permacultura (PDC) em suas cidades/universidades.

    Após apresentações tivemos agradáveis recepções incluindo uma abertura emocionante com pessoas de diversos países que são jovens estudantes da ELAA. Em seguida traçamos uma linha do tempo da agroecologia no Sul do Brasil, através dos relatos do que cada um considerou importante para si. Aí algumas coisas começaram a me chamar atenção: o assunto permacultura na linha surgiu por outras pessoas além de nós, no caso, pelos índios Guaranis do Morro dos Cavalos (Palhoça/SC). Outros pontos marcantes colocados nessa história foi o primeiro PDC do Brasil com Bill Mollison em Porto Alegre no RS em 1992, os demais PDCs e os Congressos Brasileiros de Agroecologia.

    Aprendemos e exercitamos algumas técnicas de sistematização, que ajudam muito na organização de grupos que tem objetivos claros. Isso já nos serve de dica. Precisamos ter clareza do que queremos. Nestes exercícios de sistematização das experiências da região, separados em temas avaliaríamos impressões dos núcleos em relação a esses assuntos. Neste momento o grupo dos indígenas pediu para fazer a parte, pois a realidade deles é bem diferente da nossa e acabam, por isso, sendo excluídos nos discursos. Assim, preferiram fazer toda a análise sozinhos.

    Após os grupos apresentarem os resultados da análise coletiva os Guaranis falaram de suas demandas, trabalhos desenvolvidos e relataram uma importante experiência que tiveram recentemente, um PDC que participaram no Instituto Çarakura.

    “Após este PDC, os Guaranis retornaram pra aldeia e os demais membros começaram a perguntar o que era Permacultura. Para explicar, os representantes que participaram pediram para os seus colegas desenharem ´NHANDEREKÓ“, uma palavra em guarani que significa MODO DE VIDA GUARANI e envolve tudo o que é deles: agricultura, natureza, fé e religião, vida, modo de viver, etc. Depois dos colegas índios desenharem o nhanderekó, os que fizeram o PDC falaram: “- então, isso é permacultura! É o nome que os brancos dão pra nhanderekó!”
    Não preciso dizer que tivemos uma agradável surpresa, mas infelizmente esse momento não foi gravado. Conclui que devemos pensar numa boa parceria também com esse povo.

    COMPROMISSOS

    • Evento pra julho de 2017 com objetivo de reunir todos esses grupos e núcleos de SC, envolvendo outras universidades, grupos independentes, experiências científicas, etc, a fim de conhecermos, trocarmos experiências e organizarmos uma rede catarinense.
    • Unir todos grupos que trabalham agroecologia na UFSC nas Sepex – Semana de Ensino Pesquisa e Extensão da UFSC, através de um estande em conjunto. Assim teremos obrigação de nos reunir pelo menos uma vez por ano e tomar conhecimento do que os grupos daqui estão fazendo.

    Algumas impressões finais

    Temos muitos objetivos em comum com outros grupos de agroecologia, mas realmente a permacultura se difere por sermos “mais radicais” que o restante. Acho que um pouco disso se deve pelos representantes que enviamos.

    Conseguimos deixar claro nossos posicionamentos nos sentidos: (1) da busca pela autonomia, tanto dos agricultores quanto dos núcleos e grupos, em relação ao governo. Nosso posicionamento valorizando em primeiro lugar o autoconsumo e apenas depois o compartilhamento de excedentes, enquanto que um discurso padrão nos demais grupos sempre remete “à renda do agricultor”. Até nisso nos aproximamos mais dos indígenas.
    (2) Na relação que vemos de libertar o agricultor e os núcleos de qualquer dependência, seja de insumos e agrotóxicos, assim como a dependência de grandes empresas de tecnologias, dos governos, e até discutimos a questão dos softwares livres como Linux e todos os programas que utilizamos em nosso projetos. Isso teve muito boa receptividade, quero ver coragem das pessoas adotarem.

    Algumas fotos estão disponíveis na galeria de fotos do Neperma:
    http://galeria.ufsc.br/permacultura/outros/  e no facebook.

    Relato e opinião por Marcelo Venturi


  • Alunos de 10 diferentes cursos de graduação vivenciarão permacultura em 2016/2

    Publicado em 30/08/2016 às 18:04

    A décima edição da disciplina Introdução à Permacultura teve uma enorme procura por vagas, totalizando 90 pessoas oriundas de 23 cursos de graduação e pessoas externas à UFSC, que solicitaram ingresso em uma das 20 vagas ofertadas na turma de 2016/1.

    procura_ocupacao_2016_2

    Educandos interessados em cursar a disciplina “Introdução à permacultura” (em azul) e aqueles que irão cursá-la nesse semestre (em laranja).

    Após priorizar os alunos do cursos de Geografia e Ciências Biológicas, que apresentam a disciplina em suas grades curriculares, o preenchimento de vagas remanescentes é realizado a partir da lista de suplência fornecida pelo CAGR/UFSC, por intermédio do IAP do educando.

    Uma composição eclética da turma é necessária para que diferentes linhas de pensamento enriquecer o aprendizado dos 20 alunos que seguirão até o final do semestre. A troca de saberes é essencial na formação em permacultura e é um objetivo permanente do grupo de 11 colaboradores que estarão a frente do processo de ensino nesse semestre.

    Um total de 7 pessoas externas à UFSC interessadas em cursar a disciplina participaram dos dois primeiros encontros, bem como um pós-graduando, porém nenhuma destas demandas pode ser atendida, pois a suplência na matrícula prioriza o ingresso de educandos da UFSC.

    A disciplina Introdução à Permacultura é uma iniciativa do Núcleo de Estudos em Permacultura e está vinculada ao curso de graduação em Geografia da UFSC.

    Acompanhe as atividades da Permacultura UFSC no Facebook


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