5 anos de permacultura na UFSC

31/01/2017 15:24

 

Relação das vagas ofertadas, ocupadas, suplentes (sem vaga) e formados permacultores.

Gráfico 1 – Relação das vagas ofertadas, ocupadas, suplentes (sem vaga) e formados permacultores.

Em fevereiro de 2011 um total de 22 permacultores vindos dos seis diferentes biomas brasileiros, reuniram-se em Florianópolis para discutir o currículo proposto no início dos anos 80 por Bill Mollison, para a formação de pessoas no entendimento do planejamento de assentamentos humanos sustentáveis, o tradicional Permaculture Design Course (PDC – curso de planejamento permacultural).

Esse encontro originou um programa de ensino atualizado, baseado nas energias que fluem na paisagem, que inspirou ainda em 2011, a criação da disciplina “Introdução à Permacultura” junto ao curso de graduação em Geografia. A disciplina, que começou a ser ofertada em 2012/1 e chega em 2016/2 a sua décima edição, foi o ponto inicial das atividades da permacultura na UFSC.

Para a surpresa do grupo de permacultores envolvidos na disciplina, desde a sua segunda edição em 2012/2, a demanda por vagas passou a ser superior que a capacidade ofertada, como mostra o gráfico acima. Alunos de diversos cursos da UFSC passaram a procurar a disciplina para complementar sua formação. Com base nesse cenário, a partir da quarta edição em 2013/2, o preenchimento das vagas começou a contemplar estudantes de outros cursos de graduação da UFSC, UDESC e pessoas externas, quando possível. Essa ação se refletiu em um forte aumento na demanda por vagas, cuja ascensão é mais clara a partir do semestre de 2014/1 (Gráfico 1).

Ainda há de se mencionar que, além do completo preenchimento das vagas desde a segunda edição, o número de alunos que ingressam na disciplina e a concluem é também expressivo, mantendo sempre taxas acima de 75% (Gráfico 1), demonstrando o interesse dos acadêmicos pelo tema.

Diversidade de cursos de origem dos alunos interessados em cursar a disciplina.

Gráfico 2 – Diversidade de cursos de origem dos alunos interessados em cursar a disciplina.

Essa abertura de vagas fez também com que aumentasse a diversidade de cursos de origem de alunos interessados em cursar a disciplina (Gráfico 2), fato que incentivou a inserção da disciplina na grade dos curso de graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, curso que apresenta sempre muitos acadêmicos interessados em participar da disciplina.

Com o forte interesse de desenvolver melhor a permacultura na UFSC, o grupo de docentes envolvidos na disciplina resolve criar em 2013, o Núcleo de Estudos em Permacultura (NEPerma), que passa a atuar junto ao Laboratório de Análise Ambiental desde então.

Em 2013 o NEPerma acolhe também o Projeto de recuperação ambiental do Bosque da UFSC, através do planejamento por setores e zonas energéticas, aplicando métodos de ecologia cultivada no processo. O projeto segue em desenvolvimento e tem oferecido a comunidade acadêmica e do entorno a oportunidade de compreender mais sobre como interagir adequadamente a natureza.

Ainda no mesmo ano, tem início o projeto Permacultura na Escola, que buscou levar a educação ambiental por meio da permacultura à escolas de ensino fundamental em Florianópolis.

Em 2014 o NEPerma passa a desenvolver o projeto Terra Permanente, que buscou compartilhar os conhecimentos da permacultura com extensionistas rurais e agricultores da grande Florianópolis. O projeto seguiu até o final de 2016 e certificou 34 permacultores, sendo 19 em módulo presencial e 15 no ensino à distância.

Em 2016 o NEPerma certifica, através do projeto PermaChico, jovens seminaristas e freis capuchinhos em Almirante Tamandaré no Paraná e com isso passa a fortalecer a relação desses com a questão ambiental.

Ainda na caminhada, os permacultores atuantes pelo NEPerma produziram materiais audiovisuais que deram origem às teleaulas do PDC EaD Terra permanente, que seguem livres para serem acessadas e replicadas.

Aula de Leitura da Paisagem com educandos da 10ª turma.

Aula de Leitura da Paisagem com educandos da 10ª turma.

Como atividades complementares, dois documentários foram legendados para o português, Sementes da Permacultura e A voz do vento. Tais ações buscam aproximar o público brasileiro do que está acontecendo no mundo em termos de culturas de permanência.

Paralelamente a todas essas atividades, o NEPerma já fomentou a conclusão de 3 Trabalhos de Conclusão de Curso e segue desenvolvendo uma pesquisa de doutoramento, que busca compreender como a permacultura tem incentivado pessoas a migrarem de cidades para áreas rurais.

O grupo de professores atuantes no NEPerma trabalha agora para a criação de um curso de graduação em permacultura. Para tal, segue discutindo o Projeto Pedagógico de Curso.

Esse curso buscará formar cidadãos aptos a atuar na gestão de recursos naturais, generalistas em sua formação acadêmica, com conhecimentos técnico-científicos e sociotécnicos que o capacitem a absorver e desenvolver novas tecnologias e métodos apropriados a permanência da espécie humana no planeta.

O curso busca, assim, estimular uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando os aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética, holística e humanística, em atendimento às demandas sociais e ambientais.

Estamos só iniciando. Que venham os próximos 5 anos!

Quer saber mais? Visite permacultura.ufsc.br

 

 

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