NEPerma certifica tecnologia social na FBB

25/06/2024 13:55

O NEPerma UFSC certificou junto a Fundação Banco do Brasil, a tecnologia social “Pirambeira produtiva”. A tecnologia é desenvolvida na área experimental do Núcleo desde 2017, a partir da lógica da permacultura e, busca habilitar para a produção agroecológica, encostas situadas em condições de terrenos declivosos. Sua sistematização caminha no sentido de estabelecer Sistemas Agroflorestais de Carona em encostas fortemente inclinadas, geralmente descartadas por agricultores familiares em virtude das dificuldades de manejo, ou usadas para a produção, mas a custa de muito esforço físico.

Vista aérea da “Pirambeira produtiva” no Sítio Igatu, área experimental do NEPerma, na grande Florianópolis.

A Pirambeira produtiva possibilita o uso desses espaços por meio de dispositivos de manejo pensados para atenderem a ergonomia das pessoas, buscando facilitar o manejo das culturas. Sistematizada para implantar Sistemas Agroflorestais “de carona”, com o uso do pé-de-galinha, instrumento conhecido mundialmente como o “canivete suíço” dos permacultores, por ser de fácil operação e baixo custo para ser construído.

Saiba mais informações sobre a Pirambeira produtiva diretamente no site da Rede Transforma, de tecnologias sociais.

Tags: Ecologia CultivadaFBBNEPerma UFSCSítio Igatu

Permacultura Brasileira visita experiências na região sudeste

12/09/2022 19:02

Geraldo Dutra, parceiro de longa data revelando as permaculturas da região do Caparaó capixaba.

O projeto de pesquisa Permacultura Brasileira iniciou as visitas às experiências permaculturais pela região Sudeste. Um total de sete locais de prática de permacultura foram conhecidos.

Rivelino, agricultor de Alegre/ES e plantador de água.

No estado do Espírito Santo os pesquisadores conheceram o projeto plantadores de água, na região do Caparaó Capixaba. Geraldo Dutra, articulador e educador ambiental, hospedou e acompanhou nossa equipe na visita a locais como o Sítio Jaqueira e a unidade rural do agricultor Rivelino, ambas desenvolvedoras de técnicas como as caixas cheias e secas que permitem manter as águas na paisagem por mais tempo, gerando assim mais riqueza hídrica às unidades rurais e permitindo mais autonomia na produção de alimentos agroecológicos.

Família Canova em Alegre-ES.

Ainda na cidade de Alegre/ES, a equipe teve a oportunidade de visitar a unidade rural da família Canova, que hoje conta com o agricultor Santos, sua mãe Nelci e a irmã Rogéria, que seguem mantendo vivos os conhecimentos de seu pai, Waldecy Canova, numa área de 6ha com alto grau de autonomia alimentar, tida como referência em permacultura no Brasil.

O agricultor Waldeci Canova deixou um legado de sabedoria no desenvolvimento de sistemas agroflorestais estratificados com alta produtividade e alto grau de resiliência.

Ecovila Jurema em Baependi/MG.

No estado de Minas Gerais a colega Adriana Galbiati, referência nacional na temática do manejo ecológico das águas, hospedou e acompanhou nossa equipe em Baependi em visita a uma família neorrural que lá reside há seis anos e em outras duas ecovilas que estão em fase de implementação. Projetos coletivos que mostram o movimento neorrural acontecendo com força na região.

No roteiro de visitas, conhecemos ainda outra família neorrural em Ibiúna/SP com o desenvolvimento da agricultura natural em uma área de 2ha.

Diferentes contextos e técnicas estão sendo levantadas, entendidas e descritas no projeto Permacultura brasileira, que segue em desenvolvimento, para trazer informações de uma permacultura mais “brasuca” a todos/as que a praticam em seu dia a dia.

Se interessou? Gostaria de participar ou sabe de alguém, ou alguma experiência exitosa em permacultura? Inscreva-se aqui. Esperamos em breve contatar para conhecer essa experiência.

Somos gratos aos parceiros que têm nos acolhido e tornando viável a realização dessa pesquisa. Os custos desse projeto estão sendo bancados com recursos próprios dos pesquisadores. Se você deseja fomentar de alguma uma forma a continuidade desse projeto, entre em contato conosco.

Tags: Permacultura brasileira

Participe do projeto “Permacultura brasileira”

02/01/2022 20:59

O NEPerma/UFSC iniciará em fevereiro o projeto de pesquisa Permacultura Brasileira, que busca compreender, sistematizar e revelar como evoluiu a permacultura (cultura de permanência) passados 30 anos de interações no Brasil.

Uma equipe de pesquisadores do NEPerma/UFSC irá a campo conhecer experiências em permacultura em nível nacional. A pesquisa tem a expectativa de gerar produtos consolidados de consulta e suporte à tomada de decisão, para fomentar a popularização da permacultura no Brasil.

Você vive a permacultura ou conhece experiências de cultura permanente? Ficou com vontade de participar?

Inscreva-se aqui para construirmos juntos uma permacultura com cara brasuca.

 

Tags: Permacultura brasileiraPesquisa

NEPerma e Igatu apresentados em PDC da Austrália

28/11/2017 23:30

Arthur Nanni apresentando a palestra “Permaculture in southern Brazil”.

A história do NEPerma se confunde com a do Sítio Igatu, que iniciou suas atividades em 2011 para ser um local de testes e ensaios de tecnologias sociais aplicadas ao planejamento em permacultura. Com o tempo, 0 Sitio Igatu passou a ser informalmente o laboratório de experiências que provém conteúdo à disciplina “Introdução à permacultura”, ofertada desde 2012 pelo curso de Geografia da UFSC. Logo após, em 2013, as ações de pesquisa e extensão iniciadas através da criação do NEPerma passaram também a considerar a área do sítio como espaço demostrativo, oferecendo aos participantes de cursos, um espaço para praticar e reforçar os conhecimentos compartilhados em sala de aula.

A história do Sítio Igatu foi contada através da palestra “Permaculture in southern Brazil”, que foi apresentada no Curso de Planejamento em Permacultura (PDC), oferecido no mês de novembro pelo Centro de Aprendizado em Permacultura Food Forest, sediado na cidade Gawler no estado da Austrália do Sul. O centro é uma referência em permacultura na Austrália, que acumula mais de 30 anos de experiência da família Brookman.

Na palestra, o permacultor/professor Arthur Nanni, apresentou como é pensado o planejamento em permacultura para pequenas propriedades rurais do sul do Brasil, levando em consideração estratégias de desenvolvimento de baixo impacto em climas úmidos subtropicais. Além disso, foi também abordado o uso Sistemas de Informações Geográficas livres aplicados ao manejo permacultural de pequenas propriedades rurais.

Graham Brookman, Arthur Nanni e Keri Chiveralls no centro de aprendizado Food Forest.

O PDC oferecido pelos Brookman segue o currículo internacionalmente reconhecido, que certifica os participantes como permacultores, tal como faz o NEPerma em sua disciplina. O curso contou com a participação de mais de 10 instrutores em permacultura, que contribuíram de forma plural para enriquecer esta formação. Um dos destaques do curso, foi a participação de David Holmgren, co-criador do conceito de permacultura, reconhecido mundialmente por seus livros, que são frutos de muita bagagem teórica e prática.

Texto: Arthur Nanni

Tags: PDC

NEPerma participa de encontro de sistematização de Núcleos de Agroecologia

16/10/2016 09:36

Nos dias 18 a 20 de setembro de 2016, Marcelo Venturi e Arthur Nanni representaram o NEPerma, juntamente com a komboza, em uma estada na  ELAA – Escola Latinoamericana de Agroecologia, no município de Lapa/PR.

O encontro teve o objetivo de sistematizar as experiências dos núcleos de agroecologia das universidades do sul do Brasil, que foram criados/aprimorados durante os últimos editais do CNPq relacionados ao assunto. Mas além desses núcleos, foram convidados alguns representantes de outros grupos e coletivos, visando contribuírem com a prática. Assim estiveram também, por exemplo, indígenas Guaranis do Morro dos Cavalos, que foram nossa mais agradável surpresa, abaixo entenderão o porquê.

Algumas outras pessoas da UFSC ficaram de ir e não foram. Mas em minha contagem inicial estávamos em torno de 36 participantes de núcleos na abertura, e destes em torno de 12 têm alguma ligação direta com a UFSC, através dos 5 núcleos ou projetos que foram desenvolvidos aqui. A saber: O NEPerma, o CCA com o pessoal do PRV coordenado pelo prof Pinheirinho e do Plantio Direto coordenado pelo prof Jucinei, da rede de SAFAS coordenado pelo prof Ilyas e o pessoal do EduCampo/CED, coordenado pela Profa. Thayse. Assim, a UFSC esteve presente em peso. Apesar disso ser interessante por demonstrar nossa força no sentido da agroecologia no sul do país, essa participação nos mostra também outro ponto: sabemos que além destes núcleos oficialmente representados temos, como UFSC, vários outros grupos relacionados diretamente à temática – Neamb, Gepa, GeaBio, horto do HU, Compostagem, etc… E NÃO CONVERSAMOS ENTRE NÓS. Somos eficientes em agir para fora da instituição mas trocamos e conversamos pouco com quem está em casa.

Além dos supracitados, outro grupo semelhante presente foi um grupo sem vinculação oficial à universidade do litoral do paraná, mas relacionado à esta, que se diz autogestionado e apresentou materiais assumidamente anarquistas. Também estavam presentes outros tantos núcleos com ricas experiências, e alguns que lamentamos não poder ajudar mais ou não ter mais pernas para atendermos no que diz respeito à demandas de Cursos de Planejamento em Permacultura (PDC) em suas cidades/universidades.

Após apresentações tivemos agradáveis recepções incluindo uma abertura emocionante com pessoas de diversos países que são jovens estudantes da ELAA. Em seguida traçamos uma linha do tempo da agroecologia no Sul do Brasil, através dos relatos do que cada um considerou importante para si. Aí algumas coisas começaram a me chamar atenção: o assunto permacultura na linha surgiu por outras pessoas além de nós, no caso, pelos índios Guaranis do Morro dos Cavalos (Palhoça/SC). Outros pontos marcantes colocados nessa história foi o primeiro PDC do Brasil com Bill Mollison em Porto Alegre no RS em 1992, os demais PDCs e os Congressos Brasileiros de Agroecologia.

Aprendemos e exercitamos algumas técnicas de sistematização, que ajudam muito na organização de grupos que tem objetivos claros. Isso já nos serve de dica. Precisamos ter clareza do que queremos. Nestes exercícios de sistematização das experiências da região, separados em temas avaliaríamos impressões dos núcleos em relação a esses assuntos. Neste momento o grupo dos indígenas pediu para fazer a parte, pois a realidade deles é bem diferente da nossa e acabam, por isso, sendo excluídos nos discursos. Assim, preferiram fazer toda a análise sozinhos.

Após os grupos apresentarem os resultados da análise coletiva os Guaranis falaram de suas demandas, trabalhos desenvolvidos e relataram uma importante experiência que tiveram recentemente, um PDC que participaram no Instituto Çarakura.

“Após este PDC, os Guaranis retornaram pra aldeia e os demais membros começaram a perguntar o que era Permacultura. Para explicar, os representantes que participaram pediram para os seus colegas desenharem ´NHANDEREKÓ“, uma palavra em guarani que significa MODO DE VIDA GUARANI e envolve tudo o que é deles: agricultura, natureza, fé e religião, vida, modo de viver, etc. Depois dos colegas índios desenharem o nhanderekó, os que fizeram o PDC falaram: “- então, isso é permacultura! É o nome que os brancos dão pra nhanderekó!”
Não preciso dizer que tivemos uma agradável surpresa, mas infelizmente esse momento não foi gravado. Conclui que devemos pensar numa boa parceria também com esse povo.

COMPROMISSOS

  • Evento pra julho de 2017 com objetivo de reunir todos esses grupos e núcleos de SC, envolvendo outras universidades, grupos independentes, experiências científicas, etc, a fim de conhecermos, trocarmos experiências e organizarmos uma rede catarinense.
  • Unir todos grupos que trabalham agroecologia na UFSC nas Sepex – Semana de Ensino Pesquisa e Extensão da UFSC, através de um estande em conjunto. Assim teremos obrigação de nos reunir pelo menos uma vez por ano e tomar conhecimento do que os grupos daqui estão fazendo.

Algumas impressões finais

Temos muitos objetivos em comum com outros grupos de agroecologia, mas realmente a permacultura se difere por sermos “mais radicais” que o restante. Acho que um pouco disso se deve pelos representantes que enviamos.

Conseguimos deixar claro nossos posicionamentos nos sentidos: (1) da busca pela autonomia, tanto dos agricultores quanto dos núcleos e grupos, em relação ao governo. Nosso posicionamento valorizando em primeiro lugar o autoconsumo e apenas depois o compartilhamento de excedentes, enquanto que um discurso padrão nos demais grupos sempre remete “à renda do agricultor”. Até nisso nos aproximamos mais dos indígenas.
(2) Na relação que vemos de libertar o agricultor e os núcleos de qualquer dependência, seja de insumos e agrotóxicos, assim como a dependência de grandes empresas de tecnologias, dos governos, e até discutimos a questão dos softwares livres como Linux e todos os programas que utilizamos em nosso projetos. Isso teve muito boa receptividade, quero ver coragem das pessoas adotarem.

Algumas fotos estão disponíveis na galeria de fotos do Neperma:
http://galeria.ufsc.br/permacultura/outros/  e no facebook.

Relato e opinião por Marcelo Venturi

NEPerma conclui quarta etapa de levantamento de informações em campo

18/08/2015 17:41
Natífio Gardelin, Arthur e Aline definindo estratégias para o manejo de águas na propriedade que fica em São Bonifácio-SC.

Natífio Gardelin, Arthur e Aline definindo estratégias para o manejo de águas na propriedade que fica em São Bonifácio-SC.

No mês de julho de 2015, o NEPerma esteve em campo para continuar os levantamentos de informações da fase de pesquisa do projeto Terra Permanente, integrante do edital 81/2013 do MDA/ CNPq, para revelar o quão a permacultura pode melhorar a qualidade de vida de agricultores, facilitando o planejamento e o manejo de propriedades rurais no bioma Floresta Atlântica.

Dentro das atividades de pesquisa-ação propostas pelo projeto, esta etapa de pesquisa realizou a gravação de entrevistas com os produtores rurais e foram realizadas coletas de amostras de plantas espontâneas bioindicadoras de saúde do solo, bem como, de serrapilheira para o monitoramento da produção de biomassa durante o período do inverno.

Na propriedade da família Gardelin houve a definição de locais de inserção de valas de infiltração de águas na zona 3. Já na propriedade da família souza houve o reconhecimento e a coleta de plantas espontâneas na zona 2. Na propriedade de Andreia Santos foi realizada a coleta de serrapilheira e também o monitoramento do cultivo de morangos ensacados com substrato local. Já na propriedade coletiva SPAço, houve a integração dos dados levantados com os avanços no planejamento da propriedade em conjunto com uma equipe de arquitetos da UFSC.

Filmagens com a família Souza em Rio Fortuna-SC.

Filmagens com a família Souza em Rio Fortuna-SC.

Nesta etapa foram gravadas entrevistas com os proprietários rurais para entender como a permacultura está influenciando suas decisões e ações do cotidiano. Estas entrevistas, unidas as demais imagens captadas ao longo do desenvolvimento do projeto Terra Permanente, irão compor um documentário. Para esta nova empreitada do NEPerma foi agregada a equipe a bolsista Elisa Alcocer, do curso de graduação em cinema da UFSC, cuja missão é transformar um limão em uma limonada.

A etapa de pesquisa continuará em 2015 com o acompanhamento das ações das famílias que resolveram incorporar a permacultura em suas rotinas de vida. Serão mais 2 campanhas de campo até dezembro.

Tags: PesquisaTerra Permanente

NEPerma conclui a terceira etapa de lavantamento de informações de campo pelo projeto Terra Permanente

25/03/2015 21:25
A geógrafa Leticia entrevistando o agricultor Reinaldo em Rio Fortuna.

Leticia e Leila entrevistando o agricultor Reinaldo em Rio Fortuna.

No mês de março de 2015, o NEPerma esteve em campo para continuar os levantamentos de informações da fase de pesquisa do projeto Terra Permanente, integrante do edital 81/2013 do MDA/ CNPq, para revelar o quão a permacultura pode melhorar a qualidade de vida de agricultores, facilitando o planejamento e o manejo de propriedades rurais no bioma Floresta Atlântica.

Dentro das atividades de pesquisa-ação propostas pelo projeto, esta etapa de pesquisa realizou entrevistas com os produtores rurais e foram realizadas coletas de amostras de plantas espontâneas bioindicadoras de saúde do solo, bem como, de serapilheira para o monitoramento da produção de biomassa no período do verão.

A equipe que participou das coletas e entrevistas no sítio Santos Leck em Águas Mornas.

A equipe que participou das coletas e entrevistas no sítio Santos Leck em Águas Mornas.

Em uma das unidades estudadas, o planejamento coletivo de uma ecovila, buscou mapear as espécies arbustivas e arbóreas dos jardins comestíveis já implantados. Para esta unidade, o próximo passo será determinar zonas energéticas individuais e coletivas para o grupo de moradores.

A etapa de pesquisa continuará em 2015 com o acompanhamento das ações das famílias que resolveram incorporar a permacultura em suas rotinas de vida. Serão mais 3 campanhas de campo até dezembro.

Tags: PesquisaTerra Permanente

NEPerma lança vídeos com depoimentos de alunos

11/12/2014 19:22

natifio_depoimentoO NEPerma lança uma série 13 vídeos contendo depoimentos de alunos que cursaram o Curso de Planejamento em Permacultura (PDC) do projeto Terra Permanente, oferecido pelo NEPerma em parceria com a ACESPA e CEDEJOR e financiado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário e CNPq.

Esta série de depoimentos traz as sensações e expectativas criadas pelo PDC nos colegas que passaram por esta experiência. Os vídeos falam por si e o NEPerma agradece a todos pela oportunidade de compartilhar com o público suas experiências a respeito desta passagem.

O projeto Terra Permanente envolve atividades de pesquisa-ação em um universo onde os participantes, uma vez empoderados pelo PDC, passam a participar de ações de pesquisa em quatro Unidades Familiares Produtivas em municípios da grande Florianópolis.

A ideia dos vídeos foi concebida pelos participantes do NEPerma. A etapa de aquisição de imagens contou com Leticia dos Santos e Andersson Brito. A seleção de trechos por Arthur Nanni e pós-edição por Andersson Brito.

Assista a série de vídeos em nosso canal no Youtube